Regina Vater

A artista brasileira Regina Vater nasceu no Rio de Janeiro em 1943. Ela estudou pintura e desenho com Frank Schaeffer (1917-2008) entre 1958 e 1962 e com Iberê Camargo (1914-1994) entre 1962 e 1965. Vater estudou arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro na década de 1960. Sua produção explora uma variedade de mídias, incluindo fotografia, livros de artista, arte postal, poesia visual e, especialmente, instalações. Seus primeiros trabalhos, de natureza conceitual, comentavam sobre a opressão, a censura e o conservadorismo predominantes durante o regime militar brasileiro. Temas relacionados à interação entre os seres humanos e o meio ambiente, bem como as tradições africanas e indígenas brasileiras, são centrais em sua prática.

Vater fez sua primeira exposição em 1964, na Galeria Alpendre, no Rio de Janeiro. Na década de 1960, trabalhou como assistente de cenografia no canal brasileiro TV Tupi. Em 1970, criou sua primeira instalação performática, Magi(o)cean, na qual convidou amigos para construir um altar para os orixás (deuses) Ogum e Oxumaré na Praia da Joatinga, no Rio de Janeiro. No início da década de 1970, criou a série de trabalhos em papel Nós e, em 1972, organizou um evento artístico na Praça Nossa Senhora da Paz. Depois de receber um prêmio de viagem no Salão Nacional de Arte Moderna em 1972, Vater passou um tempo em Nova York, onde fotografou pilhas de lixo. As imagens resultantes, inspiradas no poema Luxo/Lixo (Luxury/Trash), de 1965, do autor concretista Augusto de Campos, se desdobraram em várias obras de arte, um livro de artista, uma peça audiovisual, instalações e cartões postais.

Em 1980, Vater recebeu uma bolsa de estudos da John Simon Guggenheim Memorial Foundation para aprofundar sua pesquisa artística sobre instalação, um formato que ela continuou a expandir. Em 1985, ela se mudou para Austin, Texas, com seu marido, o videoartista Bill Lundberg (nascido em 1942). Três anos depois, tornou-se artista residente da ArtPace Foundation em San Antonio, Texas. Ela também foi curadora de exposições de arte brasileira, como Contemporary Brazilian Works on Paper (1979), na Nobé Gallery, em Nova York, e Brazilian Visual Poetry (2002), a primeira exposição de poesia visual brasileira nos Estados Unidos, no Mexic-Arte Museum, em Austin. Vater viveu em Austin até 2012, quando retornou ao Brasil. Além de muitas exposições individuais, ela participou de exposições importantes como a Bienal de São Paulo (1969, 1976) e a Bienal de Veneza (1976). Seu trabalho foi incluído em Transcontinental: Nine Latin American Artists (1990) na Ikon Gallery em Birmingham, Inglaterra, com curadoria de Guy Brett. Sua obra pode ser encontrada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Blanton Museum of Art da Universidade do Texas em Austin.

—Mariana von Hartenthal

Seu trabalho foi recentemente apresentado em mostras individuais no MASP São Paulo, MAC Niterói, Oi Futuro Flamengo e Centro Cultural Candido Mendes, no Rio de Janeiro. Vater também participou de importantes exposições coletivas, tais como: Mulheres Radicais: Latin American Art 1960-1985, organizada pelo Hammer Museum, Los Angeles – com itinerâncias pelo Brooklyn Museum, NY e Pinacoteca do Estado, São Paulo, Feminist Avant-Garde of the 1970s, organizada pela Coleção SAMMLUNG VERBUND, ArteVida – Parque Lage, Rio de Janeiro, Subversive Practices – Kunstverein, Stuttgart e História das Sexualidades – MASP – São Paulo.